sexta-feira, novembro 12, 2010

Você é o que ninguém vê...




Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, os segredo que guardou. Você é sua praia preferida, o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai. Você é o que você lembra.
Você é a saudade que sente da sua mãe, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora. A emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo. Você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá. Você é o que ninguém vê.



[desconheço o autor]

sábado, novembro 06, 2010

O que é o amor senão o sentimento irmão do ódio?

Amor e Ódio vivem juntos como gêmeos siameses, não se largam um só momento. Em alguns dias o Amor fala mais alto, grita sua vontade pra todo mundo ouvir, sufoca o ódio tornando-o quase nulo. O Amor cresce lindo, puro, suave. Cresce tanto que achamos impossível de mantê-lo somente dentro do peito, queremos dividir por aí. Queremos contagiar os outros com tamanha delícia de sentir. Mas, um dia, o Amor diminui, seja por palavras que machuquem, ou seja por atitudes impensadas. O Amor diminui, e o Ódio cresce grande, forte, vermelho como sangue. Grita mais alto que o Amor, impõe sua vontade, fala alto e grave, provocando medo.

É aí que começa a briga entre os gêmeos siameses. Cada um a sua maneira tentando se fazer valer, querendo reivindicar seu espaço. São tão parecidos que é quase impossível saber quando um dá lugar ao outro. Dentro de nós fica aquela confusão, aquela sensação de não saber o que fazer, de não saber o que se sente. Saber apenas que sente...

Simples assim....

quarta-feira, novembro 03, 2010



Quero deixar registrado aqui que os últimos acontecimentos em minha vida só me serviram de fortalecimento.
Nunca quem em uma situação parecida com a que passei nos últimos tempos não me arrancaria lágrimas, não me faria querer me isolar.
Mas, foi justamente o contrário. Me senti fortalecida. Claro, fiquei chateada, mas, não destruída.
Tudo isso me fez ver as pessoas que tenho ao meu redor. Me fez conhecer um pouquinho delas e um pouquinho de sua índole (penso eu). É triste se decepcionar com as pessoas, mas ao mesmo tempo me mostra o quanto minha intuição é fortíssima. O quanto ainda tenho daquele sexto sentido, daquele feeling. O lance é que sou muito teimosa pra aceitar. Teimosa a ponto de pagar com o próprio bem estar só pra provar a alguém ( que eu não sei quem..) que eu estou certa. O grande problema, na maioria das vezes, é que isso não é verdade.
Hoje sei do que sou capaz. Sei o que posso suportar com uma certa facilidade. E agora, que a poeira já baixou, eu olho pra trás e dou risada de tudo isso. Dou risada da minha ingenuidade. Da minha idiotice. Mas, enfim, estou aqui pra aprender, não é mesmo?!
Quando eu era criança, minha avó costumava brincar dizendo que sempre que eu assoprasse um dente de leão, ao lançar ao vento suas sementes, lançaria também meus medos e problemas. Desde então, toda vez que vou soprar um dente de leão mentalizo que to soprando pra longe as coisas ruins em minha vida. E agora parece que a roda da minha vida tá começando a girar. Consigo sentir a energia fluir. Nada paga essa sensação maravilhosa de ser dona do próprio nariz, de não se arrepender dos seus atos e de ter a consciência limpa pois sempre tratei dos meus assuntos com muita sinceridade. Minha vida é um livro aberto pra quem quiser ler. Não tenho nada à esconder!
Meu coração tá leve. Me sinto plena. Não tenho tudo o que gostaria de ter mas, sei que estou no caminho certo, aos poucos estou conquistando minha independencia, minhas coisas. Não tenho pressa, afinal, tenho todo tempo do mundo.